“Ar”
Um respirar muito maior que o simples oxigênio comum, um sentindo diferente de tudo que a língua dos homens pode transcrever ou ele mesmo sentir, um alívio imediato de uma tormenta inexplicável, um peso desmedido que impulsionava com muita força para um chão indesejado.
Esperado momento sublime de não sucumbir ao destempero do tempo, mais fazia com que aqueles instantes ou segundos parecerem um momento secular, jamais apresentava a esperança de um dia passar, o sol não mais subia ao céu, o único objeto visualizado não era luz, dos olhos alcançava apenas um sonoro e ofuscado breu, embaraçado e confuso momento, que tentava lentamente com que a face viesse ao solo.
Já não havia mais muito fôlego para tamanha aflição, às mãos já não suportava estabilizar, o tremor era inevitável.
Como um sopro divinal em meio ao barulho ensurdecedor do enegrecido e da mal quista noite, uma faísca de luz vagarosamente desceu, tocando no chão explodindo o som ecoava, ao fundo um irradiante poder cintilado, surgia o clarão.
A vencida é negra noite, sucumbia naquela instante ao inimaginável céu que descia a terra, luz que ofuscava os olhos forçando-os a se fecharem lentamente os joelhos, já não mais às mãos tremiam, uma claridade divina, apresentava-me como um áureo brilho infinitamente belo, o som já era uma doce melodia que acalentava o coração.
Era o Senhor, sua força absoluta, me fazia abrir no rosto um lindo sorriso da esperança e de uma nova vida que se abria diante de min, senti que não mais de em pé conseguiria contemplar essa imensidão de luz, meus joelhos tombaram ao solo, já não mais comum.
Como que em um segundo puxei o ar enchi os pulmões, não sentia o oxigênio comum, por assim não era, pois respirava, dali por diante, Deus!
Marcus Costa